A Ufologia moderna tem uma data inauguração: 24 de junho de 1947, uma terça-feira, um dia como outro qualquer para o americano Kenneth Arnold. Arnold era piloto de pequenos aviões e fazia serviços de encomenda. Naquele dia viajava entre as cidades de Chebalis e Yakima, no estado de Washington, nos Estados Unidos. Com 43 anos de idade, casado e pai de dois filhos, Arnold era um homem conhecido e respeitado em sua cidade, Boise, no vizinho estado de Idaho. Arnold possuía um monomotor e era um especialista em vôos sobre montanhas-- uma necessidade para qualquer piloto que voasse naquela região, já que ali fica a cadeia de montanhas cujo pico é o monte Rainier, com mais de 4.300 metros de altitude, perto da fronteira com o Canadá. E foi exatamente ali, ao sobrevoar o monte Rainier, que Arnold viu o que os ufólogos chamam de primeiro contato visual com naves extraterrestres em tempos modernos.
Segundo Arnold, ao passar sobre as montanhas, ele viu nove objetos "em forma de discos" se movendo a grande velocidade, bem mais rápido que a velocidade do som -- cerca de 1.200 quilômetros por hora --, algo impossível para qualquer avião terráqueo naquela época. O próprio Arnold contou o que viu ao chegar à base -- e, claro, só foi ouvido por ser um piloto experimentado e um homem respeitado: "Enquanto voava em direção à Yakima, evolucionei sobre a encosta leste do monte Rainier esperando descobrir os restos de um avião de transporte do Exército, que se extraviara nessa zona. A atmosfera estava clara como cristal e, quando retomei meu rumo, um relâmpago brilhante refletiu-se no interior de minha cabine". Nesse momento, até onde se sabe, se deu o primeiro avisamento confirmado dos tempos modernos entre um ser humano e uma nave extraterrestre. O próprio Arnold relembra:
"Intrigado, olhei para trás e vi nove coisas, parecidas com aeronaves, que avançavam em diagonal, como se fossem uma corrente. Por um momento pensei que poderiam ser um novo tipo de avião a jato, mas em seguida descobri que não tinham cauda. Essas coisas desconhecidas voavam tranqüila e rapidamente entre os picos da montanha, com uma velocidade fantástica. Deduzi que a corrente deveria ter uma extensão de oito quilômetros e que, para cobrir a distância entre o pico do extremo sul do Rainier e o cume oeste do monte Adams, não tinham gasto mais de um minuto e quarenta e dois segundos. Voavam como gansos, mas como gansos mais velozes, nunca vistos, porque calculei que atingiam uma velocidade de 2.700 quilômetros por hora".
A partir do relato de Arnold -- publicado pelos jornais americanos e pesquisado pela Aeronáutica daquele país -- surge a palavra UFO, que em inglês é a abreviatura de objeto voador não-identificado. Muito se discutiu sobre o que Arnold realmente viu: a II Guerra havia acabado há pouco e os americanos tinham horror da União Soviética -- e, para muitos, aquelas coisas poderiam ser uma arma secreta americana. Outros, ao contrário, afirmavam que tudo fora apenas "ilusão de ótica" e que Arnold vira o que não viu. E, por fim, uns poucos chegaram a acreditar que aqueles UFOs seriam o início de uma futura invasão russa. Todas essas análises, no entanto, esbarravam em uma realidade: Arnold era um piloto muito experiente e não teria interesse em se tornar conhecido através de um fato desse gênero. Arnold, dessa forma, conhecia muito bem aquela região e era um piloto capaz de não confundir fenômenos atmosféricos -- nuvens, formação de tempestades, reflexos -- com objetos reais, ainda que desconhecidos. E, por último, as Forças Armadas americanas negaram sempre -- naquela época ou hoje em dia -- que estivessem pesquisando algum avião em forma de disco. Com tudo isso, e apesar de todas as tentativas do mundo oficial dizer que Arnold mentira, não foi possível comprovar que o piloto na verdade não tinha visto nada de estranho.
fonte analgesi.co.cc